2013 incendiário revisitado – nas capitais e no interior

Uma reflexão sobre as manifestações que desarticularam o país, e a peculiaridade dos atos em Bom Jesus do Itabapoana-RJ

A narrativa e o discurso que hoje alimentam o antipetismo e a antipolítica, foi construído pelo PSOL no estado do RJ, enquanto opositor da esquerda radical aos governos petistas, não que eu esteja criticando a postura do Partido Socialismo e Liberdade, ela estava correta.

Errado foi o PT que proporcionou o sentimento de desapontamento coletivo quando se aliou ao que existe de pior na política brasileira, resumindo, não há por que criminalizar ou tratar com preconceito social o sentimento antipetista que significativa parcela da sociedade nutre, pois este sentimento nasceu a partir de petistas históricos que foram expulsos e fundaram o PSOL.

Imagine você quantas vezes o ex-deputado federal e fundador do PT no Pará no início dos anos oitenta, João Batista, Babá repetiu aquele discurso de Itaocara em todo estado do RJ? Se o PT mesmo ciente desses gravíssimos erros cometidos nos governos Dilma, se recusa em promover uma reflexão coletiva, não podemos exigir do eleitor progressista que ele não rejeite o Partido dos Trabalhadores.

O PSOL rachou e se desidratou a partir do processo de impeachment e da operação Lava jato, quando os principais nomes se posicionaram contra o golpe, antes disso, o PSOL era a principal referência realmente de esquerda no Brasil, tanto que foi o único partido que participou das manifestações de 2013 sem ser hostilizado. Fato que pode ser avaliado com a superioridade de votos da presidenciável Luciana Genro em 2014 se comparado com Guilherme Boulos em 2018.

Por ironia do destino, o PSOL que foi quem construiu a principal narrativa antipetista, mesmo que involuntário e cumprindo seu papel político, hoje está na berlinda política por ser adjetivado como braço-auxiliar do PT mediante a opinião pública.

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